sábado, 14 de maio de 2011

Preservação de Matas Ciliares, artigo de Roberto Naime

As matas ciliares tem uma função muito importante por menor que seja o curso de água que protege. Evitam o solapamento ou instabilização dos taludes, comumente conhecidos como barrancas de rios e com isto evitam o assoreamento ou entulhamento dos canais de drenagem.

Assim, ao mesmo tempo se evitam enchentes e se evita que a água dos córregos atinja terras secas, sofra infiltração e diminua a quantidade de água nos rios. Ou seja, praticamos a proteção dos recursos edáficos (solos) e hídricos, com extrema eficiência ao mesmo tempo.

Toda atividade antrópica deve ser bem planejada de forma que as importantes matas ciliares sejam preservadas. Em Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso, se pratica o mais importante programa nacional de recuperação das matas ciliares, resultante de um convênio da Prefeitura Municipal de Lucas do Rio Verde e uma organização não governamental que auxilia na execução do projeto e provê recursos para várias ações.

As matas ciliares tem o papel fundamental na proteção dos cursos de água contra o assoreamento, a instabilização de taludes e a contaminação com defensivos agrícolas. As matas ciliares em muitas propriedades constituem os últimos remanescentes florestais da área, sendo portanto essenciais para a conservação da fauna (animais).

A Lei 4.777/65 estabelece um mínimo de 30m de faixa de preservação em cada margem para rios com menos de 10m de largura. Rios maiores ou represas de hidrelétricas tem larguras mínimas de faixa de preservação entre 500 e 100m respectivamente.

A manutenção das matas ciliares e sua recuperação das condições de eventual degradação são muito importantes. Os principais métodos de recuperação de matas ciliares são a regeneração natural, que pode ser estimulada ou protegida, a metodologia de seleção de espécies, começando por pioneiras, passando por secundárias precoces ou tardias e chegando nas espécies climáticas e a metodologia de abertura de dossel.

Este último método nada mais é do que estimular a fotossíntese a partir da penetração da luz, controlando a copa das árvores de uma determinada área de mata ciliar.

No caso das formações vegetais, é importante compreender suas atribuições específicas dentro do ecossistema em que vivem, para assim entender, estimular e proteger o processo de recuperação da natureza em áreas degradadas.

Esta interferência positiva da ação antrópica é fundamental quando o limite de resiliência dos ecossistemas é ultrapassado, o que quer dizer que houve ruptura ou quebra e sem auxílio do homem o ecossistema não tem condições de sofrer recuperação.

No meio ambiente é assim, o homem detrói, e com isto não previne a degradação, depois tem que mobilizar uma quantidade e volume muito mais intenso de recursos para prover a recuperação da área degradada.

Uma forma de compreender bem o que se procura demonstrar é fazer uma analogia com a saúde humana. Porque tomamos vacinas? Porque é muito mais fácil prevenir do que remediar. As vezes nem existe cura para uma doença, só a prevenção, exemplo disto é a paralisia infantil.

Todos tomamos vacinas. A natureza pede o mesmo tratamento. Prevenir em vez de remediar.


Dr. Roberto Naime, colunista do Ecodebate, é Doutor em Geologia Ambiental. Integrante do corpo Docente do Mestrado e Doutorado em Qualidade Ambiental da Universidade Feevale.
EcoDebate, 04/05/2011

Livros de Paulo Freire disponíveis para download gratuito

Os adeptos de Paulo Freire têm agora a disponiblidade de baixar gratuitamente na internet, inclusive o clássico Pedagogia do Oprimido. Algumas de suas obras são consideradas preciosidades. São livros importantíssimos de um pensador brasileiro comprometido profundamente com as causas sociais.


O material é inovador, criativo,original e tem importância histórica inédita. Para os profissionais e pesquisadores de comunicação a obra Extensão ou Comunicação é, praticamente, obrigatória.

As obras estão disponiveis no portal do governo do Acre: http://www.bibliotecadafloresta.ac.gov.br/.

Confira abaixo as obras e os linques:

A importância do ato de ler<>
Ação Cultural para a Liberdade<>
Extensão ou Comunicação<>

Medo e Ousadia
Pedagogia da Autonomia<>
Pedagogia da Indignação<>
Pedagogia do Oprimido<>
Política e Educação<>
Professora sim, Tia não<>

* Colaboração de Solange Ikeda Castrillon para o EcoDebate, 19/05/2010

Falta educação para preservar o meio ambiente

Os índios têm percebido muitas mudanças no ecossistema amazônico nos últimos anos. Exemplo disse pode ser conferido no “clima, extinção de animais e espécies, desmatamentos e queimadas, fauna não respeitada na época de desova”, disse o coordenador secretário da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB) do Amazonas, Saturnino W. Rudzane’edi. Líder xavante do Estado do Mato Grosso, ele enfatizou em sua entrevista por e-mail a IHU On-Line que falta educação para preservar o meio ambiente, e que “no existe povo, existem povos indígenas”.

IHU On-Line – Qual a experiência do povo indígena na Amazônia? Como os índios se sentem vivendo na Amazônia?

Saturnino W. Rudzane’edi
– a) Não existe povo, existem povos indígenas, e a experiência de cada um é diferente do outro vivendo em realidades totalmente diferentes, com os costumes e línguas diferentes, diversas culturas, porém temos algo que nos une.
Porque somos parentes
Temos os mesmos direitos
Lutamos em comum como por conquista e autonomia
Respeito à biodiversidade
Sonhos: de ter educação e saúde diferenciada
Respeito à cultura, etc.

b) Nós indígenas sentimos como todas as minorias negras, caboclas, etc. Somos felizes de morar em nossas terras; ter nossos rios limpos sem poluição; ter fartura de caça, coleta de frutas e peixes; felizes de morar fazendo nossos rituais, tendo nossas culturas, nossas tradições, costumes….
Porém nos sentimos ameaçados freqüentemente por ter
Nossas terras ainda sem demarcar,
Terras invadidas por questões de interesse pessoais,
Saúde ameaçada como por ex: os indigenas do Vale do Javari, com epidemias cada vez piores acabando com essa população; como hepatite A, B, C etc.
A educação indígena diferenciada é esquecida em muitos lugares, não respeitam a legislação que reza na Constituição Brasileira.
A propriedade intelectual,os conhecimentos tradicionais roubados, pirateados, etc., sem conhecimento ou consulta dos povos.
As águas poluídas, os peixes contaminados, etc.
A mudança climática: ex.: o rio, as enchentes bravas ou inundações e muitas secas tão fortes nos dias de hoje.
Não poder ter acesso à participação nos fóruns internacionais (por falta de convite ou dinheiro) onde se discute e se decide sobre os povos indígenas….

Animais Bioindicadores, artigo de Roberto Naime | Portal EcoDebate

As graves consequências do ‘Novo’ Código Florestal, artigo de Mauro da Fonseca Ellovitch | Portal EcoDebate

Energias mais renováveis que as outras | Portal EcoDebate

Educação ambiental é fundamental para a coleta seletiva e reciclagem do lixo

A educação ambiental é fundamental para que o cidadão adote a coleta seletiva e, embora não esteja formalizada nos currículos, muitas escolas já têm adotado a matéria em seus programas. “Na verdade, ela [a educação ambiental] é transversalizada. As questões têm que fazer parte de todas as discussões. Nada impede que uma escola tenha um programa de educação ambiental. As crianças sabem da obrigação de cuidar do planeta”, explica a coordenadora de Consumo Sustentável do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Fernanda Daltro.
A coleta seletiva de lixo está implantada em 443 municípios brasileiros – apenas 8% dos 5.565 – e em muitas cidades a população ainda não colabora. “O erro é do planejamento. Não se implementa a coleta seletiva sem um programa de educação ambiental antes. A pessoa tem que ser informada sobre o porquê de fazer a coleta e como aquilo se reverterá em benefícios, não só para a família dela e seus descendentes”, explica o coordenador do núcleo de Educação Ambiental do Prevfogo do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Genebaldo Freire.
O Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) prevê que todos os municípios do país tenham coleta seletiva em quatro anos e os lixões estarão proibidos. Os programas de educação ambiental são desenvolvidos em várias escolas públicas e privadas com foco na coleta seletiva
Crianças de 1ano e 8 meses a 6 anos de uma escola do Lago Sul, em Brasília, participam de atividades extracurriculares onde aprendem sobre a coleta seletiva e também que não se deve jogar lixo no chão, porque os resíduos entopem bueiros e podem prejudicar o escoamento da água da chuva, provocando alagamentos.

Eco-consumismo, artigo de Janos Biro

Retirado de EcoDebate 
O grande conflito entre a perspectiva ecológica e a político-econômica é que o equilíbrio dinâmico dos ecossistemas limita a possibilidade de manter o desenvolvimento da produção e do consumo regulado apenas pelas leis de mercado e pelos poderes políticos. Se o consumidor está submetido a um sistema econômico e político incompatível com a realidade ecológica do mundo natural, ele não tem o poder de fazer escolhas que levem a um consumo sustentável.
O consumo sustentável, ético, responsável e consciente não é uma simples questão de escolha de consumo. Depende de um sistema político-econômico compatível com as leis da ecologia. Quando é a própria cultura de consumo que define o que é ecológico, a ecologia se reduz à produção e ao consumo de tecnologias mais eficazes e que desperdiçam menos matéria e energia, mas não necessariamente respeitam as limitações ecológicas. A cultura de consumo não consegue ser ecológica porque não consegue ser limitada pelas leis que limitam todas as outras espécies de animais, ela meramente usa o conhecimento ecológico para proveito próprio, evitando seus efeitos limitadores o máximo possível.
Nossa cultura elegeu o consumidor como agente multiplicador de ações políticas e privadas que visam a sustentabilidade. Ele deve entender o que motiva o consumo e saber separar necessidades reais de necessidades criadas. Mas a sua “consciência ecológica” também é um produto cultural sendo propagado pelos meios de comunicação que estão sob controle do sistema econômico. É uma consciência ideológica que segue o critério da racionalização das relações em função da produtividade. A ideia central é racionalizar o uso das tecnologias e dos meios de produção para benefício da sociedade civilizada. O indivíduo que assume o papel de consumidor consciente e ecologicamente correto não percebe que está seguindo uma exigência criada pela indústria cultural, que por sua vez está apenas explorando um promissor segmento de mercado.