Trata-se de Francisca Carla, uma
moça que contraiu hanseníase (lepra) numa época em que não havia cura para a
doença. De acordo com a mentalidade daqueles tempos, só havia um caminho para
pessoa que contraia esse mal: o total isolamento. Foi o que aconteceu... Após
serem detectados sinais da doença, Francisca Carla foi deixada por sua família
adotiva numa cabana abandonada, no meio da mata, onde morreu sem ter mais
contato com a sociedade. Até a comida que levavam para ela era deixada a certa
distância da cabana, pois todos temiam o contágio da temida doença.
No livro “Um olhar sobre
Francisca Carla e outros fatos sobre Tianguá”, já na segunda edição, o escritor
L. G. Bezerra traça um perfil biográfico dessa santa popular que hoje empresta
seu nome a farmácia,
funerária, mercearias e outros estabelecimentos comerciais de Tianguá:
funerária, mercearias e outros estabelecimentos comerciais de Tianguá:
“Francisca Carla, nascida em
1910, dia e mês desconhecidos, embora sabendo-se que ocorreu na cidade serrana
de Ubajara, Ceará. Filha de Ana Quirina e pai ignorado, adaptou-se ao nome
atual devido o pai adotivo de sobrenome Carlos, do casal Joaquim Carlos de
Vasconcelos e Maria Rodrigues de Vasconcelos, sem registro declarante por parte
de sua genitora, mas atendia pelo assento conhecido de Francisca Quirina
(segundo a Certidão de Óbito). Adotada aos 8 anos, de família humilde, que
viera nas partidas de retirantes das secas sertanejas. Solteira, de atividade
doméstica e pouca instrução funcional, tendo por características físicas:
altura média de 1,70m, cor morena claro, cabelos longos, castanho escuro e
amarrados feito cocó, olhos castanho-escuros médio. Usava vestido de mangas e
abaixo do joelho, com chinelos de tira entre os dedos. Não espontânea,
restringindo-se em função do trabalho. Convicção pessoal à devoção católica,
sem se negar ao seu único embevecimento: gostava de música para ouvir, uma valsa,
em enlevo do espírito a outras dimensões. Solitária, faleceu num casebre do
Sitio Lagoa do Padre, em 22 de abril de 1953, em TIANGUÁ-CE.”
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