sexta-feira, 7 de maio de 2010

POEMAS GEOGRÁFICOS #2

O camponês
 
      O camponês dá carinho à sua terra,
      como carinho dá o filho à sua mãe.
    O camponês, tempos atrás cultivava
                      seu sustento,
                    hoje o que faz
                   sustenta o banco
                    e mais alguém...
          O camponês bebia  
                    água da fonte.
                   Hoje tem sede,
            a fonte secou também.
O camponês ainda cultiva sua fé, olha pro céu pra ver se ajuda
vem... Ocamponês se une com outros roceiros. Se organizando,
algum dinheiro até  que vem... Se a coisa aperta o camponês
                busca   outras terras onde há promessa
                       de uma vida que convém.
                  Se não dá certo,
                 o camponês vai
                      pra cidade,
                    Ser favelado,
                bóia-fria, zé-ninguém.
                  Lembra da terra,
               sua mãe, o camponês,
                 e reforma agrária
              ele quer fazer também.
           Se não conquista a terra,
         o camponês morre de tédio,
     pois a cidade para ele dá desdém.
      Mas, quando morre, o camponês conquista terra,
      embora sejam poucos  palmos que  lhe convêm.
  Mas pouco tempo pra usá-la tem o camponês, já que
  logo  outros roceiros ambém vêm, disputam a terra
                        pra  descansar também...

                     (Poema extraído do livro "Geografia em Poesias:                                                        tempos, espaços, pensamentos..." do autor Luiz Cralos Flávio)

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