As matas ciliares tem uma função muito importante por menor que seja o
curso de água que protege. Evitam o solapamento ou instabilização dos
taludes, comumente conhecidos como barrancas de rios e com isto evitam o
assoreamento ou entulhamento dos canais de drenagem.
Assim, ao mesmo tempo se evitam enchentes e se evita que a água dos
córregos atinja terras secas, sofra infiltração e diminua a quantidade
de água nos rios. Ou seja, praticamos a proteção dos recursos edáficos
(solos) e hídricos, com extrema eficiência ao mesmo tempo.
Toda atividade antrópica deve ser bem planejada de forma que as
importantes matas ciliares sejam preservadas. Em Lucas do Rio Verde, no
Mato Grosso, se pratica o mais importante programa nacional de
recuperação das matas ciliares, resultante de um convênio da Prefeitura
Municipal de Lucas do Rio Verde e uma organização não governamental que
auxilia na execução do projeto e provê recursos para várias ações.
As matas ciliares tem o papel fundamental na proteção dos cursos de
água contra o assoreamento, a instabilização de taludes e a contaminação
com defensivos agrícolas. As matas ciliares em muitas propriedades
constituem os últimos remanescentes florestais da área, sendo portanto
essenciais para a conservação da fauna (animais).
A Lei 4.777/65 estabelece um mínimo de 30m de faixa de preservação em
cada margem para rios com menos de 10m de largura. Rios maiores ou
represas de hidrelétricas tem larguras mínimas de faixa de preservação
entre 500 e 100m respectivamente.
A manutenção das matas ciliares e sua recuperação das condições de
eventual degradação são muito importantes. Os principais métodos de
recuperação de matas ciliares são a regeneração natural, que pode ser
estimulada ou protegida, a metodologia de seleção de espécies, começando
por pioneiras, passando por secundárias precoces ou tardias e chegando
nas espécies climáticas e a metodologia de abertura de dossel.
Este último método nada mais é do que estimular a fotossíntese a
partir da penetração da luz, controlando a copa das árvores de uma
determinada área de mata ciliar.
No caso das formações vegetais, é importante compreender suas
atribuições específicas dentro do ecossistema em que vivem, para assim
entender, estimular e proteger o processo de recuperação da natureza em
áreas degradadas.
Esta interferência positiva da ação antrópica é fundamental quando o
limite de resiliência dos ecossistemas é ultrapassado, o que quer dizer
que houve ruptura ou quebra e sem auxílio do homem o ecossistema não tem
condições de sofrer recuperação.
No meio ambiente é assim, o homem detrói, e com isto não previne a
degradação, depois tem que mobilizar uma quantidade e volume muito mais
intenso de recursos para prover a recuperação da área degradada.
Uma forma de compreender bem o que se procura demonstrar é fazer uma
analogia com a saúde humana. Porque tomamos vacinas? Porque é muito mais
fácil prevenir do que remediar. As vezes nem existe cura para uma
doença, só a prevenção, exemplo disto é a paralisia infantil.
Todos tomamos vacinas. A natureza pede o mesmo tratamento. Prevenir em vez de remediar.
Dr. Roberto Naime, colunista do Ecodebate, é Doutor em Geologia
Ambiental. Integrante do corpo Docente do Mestrado e Doutorado em
Qualidade Ambiental da Universidade Feevale.
EcoDebate, 04/05/2011
ola, amigo recentemente fiz umas mudanças no blog e quero pedir para vc colocar o novo banner ou colocar so o link e tambem conferir que o seu esta lá.obigado
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