segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

OS DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS BRASILEIROS


  Dentre os diversos tipos de clima e relevo existente no Brasil, observamos que os mesmos mantêm grandes relações, sejam elas de espaço, de vegetação, de solo entre outros. Caracterizando vários ambientes a longo de todo território nacional. Para entendê-los, é necessário distinguir um dos outros. Pois a sua compreensão deve ser feita isoladamente. Nesse sentido, o geógrafo brasileiro Aziz Ab’Saber, faz uma classificação desses ambientes chamados de Domínios Morfoclimáticos, que são definidos a partir das características climáticas, botânicas, pedológicas, hidrológicas e fitogeográficas, fazendo com que em 1970, ele dividi-se o Brasil em seis domínios, são eles:
 

1.      Domínio Amazônico:
  É a maior região morfoclimática do Brasil, com uma área de aproximadamente 5 milhões km² - equivalente a 60% do território nacional – abrangendo os Estados: Amazonas, Amapá, Acre, Pará, Maranhão, Rondônia, Roraima, Tocantins e Mato Grosso. Possui clima Equatorial, a qual é o mais quente e o mais úmido da Terra, apresenta a maior bacia fluvial da Terra ocupando ¼ das terras da América do Sul (Amazonas), predominando a floresta equatorial Amazônica.
  Apesar da vontade de proteção do nosso governo, apenas 53 por cento da floresta está protegida, assim devem ser tomadas medidas urgentes, pois as atividades praticadas nessa região causam grandes prejuízos. O
Programa Proteção da Amazônia é viabilizado pelo SIVAM (Sistema de Vigilância da Amazônia) e tem contribuido para isso, juntamente com a ação da Polícia Federal.


    2.      Domínio do Cerrado:
  Está localizado na região central do país, o domínio morfoclimático do Cerrado detém uma área de 45 milhões de hectares, sendo o segundo maior domínio por extensão territorial do Brasil. Incluindo neste espaço os Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, parte sul de Tocantins, Goiás, parte oeste do estado da Bahia, parte sudoeste do Maranhão e a parte noroeste de Minas Gerais. Possuindo em seu relevo o predomínio de Chapadas e Chapadões. O clima da região é Tropical com uma estação seca bem definida, possui solos Ácidos e seus Rios diminuem muito na época das secas e transbordam na época das chuvas. Além disso, sua vegetação é dominada por Campos que apresentam árvores retorcidas com cascas grossas.
  Nessa região são praticadas diversas atividades, porém há poucos projetos de proteção, dessa forma, os governos, tanto federal, estadual ou municipal, deverão tomar decisões imediatas quanto à proteção do meio natural, pois deve ocorrer, sim, a exploração pastoril, agrícola e mineral dessa região, porém não se deve esquecer que para a efetiva existência dessas economias o ambiente deverá ser prudentemente conservado.

3.      Domínio da Caatinga:
  Situado no nordeste brasileiro, o domínio morfoclimático das caatingas abrange em seu território a região dos polígonos das secas. Com uma extensão de aproximadamente 850.000 km², este domínio inclui o Estado do Ceará, e partes dos Estados da Bahia, de Sergipe, de Alagoas, de Pernambuco, da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Piauí. Seu relevo é formado de Chapadas e serras, com clima Semi-Árido quente, com chuvas escassas e mal distribuídas. Esta região possui solos ricos em minerais, porém pobres em matérias orgânicas, os seus rios são predominantemente temporários, na sua vegetação podemos encontrar arbustos espinhentos e cactos além de árvores que perdem suas folhas nas secas.
  Sendo raso e pedregoso, o solo da caatinga sofre muito intemperismo físico nos Latossolos e pouca erosão nos Litólicos e há influência de sais em solo, como: solonetz, solodizados, Planossolos, solódicos e soonchacks. Segundo Ab’Saber, a textura dos solos da caatinga passa de argilosa para textura média, outra característica é a diversidade de solos e ambientes, como o sertão e o agreste. Mesmo tendo aspectos de um solo pobre, a caatinga nos engana, pois necessita apenas de irrigação para florescer e desenvolver a cultura implantada. Outro fato que chama a atenção é a vegetação sertaneja, pois ela sobrevive em épocas de extrema estiagem e em razão disso sua casca é dura e seca, conservando a umidade em seu interior. Assim, a região é caracterizada por uma vegetação herbácea tortuosa, tendo como espécies: as cactáceas, o mandacaru, o xiquexique, etc.

  Pela razão de o homem não intervir diretamente no seu habitat, há pouco desgaste e assim pouca proteção nessa região.


4.      Domínio dos Mares de Morros:
  Os Mares de Morros acompanha a faixa litorânea do Brasil, que vai do nordeste até o sul do País, obtendo uma área total de aproximadamente 1.000.000 km². O seu relevo tem formas arredondadas que é resultado da alternância de períodos de secas e de chuvas, o seu clima é tropical quente, com uma estação seca e outra chuvosa. Os solos da região são férteis, possuem rios que são muito importantes pelo grande potencial hidroelétrico, a vegetação que predomina é a Mata Atlântica que já se encontra muito devastada, também apresenta campos e cerrados. Como o próprio nome já diz, é uma região de muitos morros de formas residuais e curtos em sua convexidade, com muitos movimentos de massa generalizados. Os processos de intemperismo, como o químico, são freqüentes, motivo pelo qual as rochas da região encontram-se geralmente em decomposição. Tem uma significativa gama de redes de drenagens, somados à boa precipitação existente (1.100 a 1.800 mm a/a e  5.000 mm a/a nas regiões serranas),  que é devido à massa de ar tropical atlântica (MATA) e aos ventos alísios de sudeste, que ocasionam as chuvas de relevo nestas áreas de morros. Assim, os efeitos de sedimentação em fundos de vale e de colúvios nas áreas altas são muito intensos. Sua flora e fauna são de grande respaldo ambiental e o solo é composto em sua maioria por Latossolo e podzólicos, sendo muito variável. A textura se contradiz de região para região, pois é encontrado tanto um solo arenoso como argiloso.
  Estão presentes a fundação O Boticário(privado), que detém áreas de preservação ao ambiente natural e o SOS Mata Atlântica(governamental e privado), apesar disso a região foi muito devastada.


5.      Domínio das Araucárias:
  È encontrado desde o sul paulista até o norte gaúcho, o domínio das araucárias ocupa uma área de 400.000 km², com relevo predominante de planalto e clima subtropical, possuindo solos férteis e importantes rios tanto para a navegação como para a geração de eletricidade, tem na sua vegetação floresta dos pinhais ou de araucária a qual está muito devastada. Percebe-se atualmente que esta arbórea quase desapareceu dessa região, devido à descontrolada exploração da araucária para produção de celulose. Felizmente, medidas foram tomadas e hoje a araucária é protegida por lei estadual no Paraná. Mas os questionamentos ambientais não estão somente na vegetação. Devido este solo ser utilizado há anos vêem a ocorrer uma erosividade considerada. Em virtude do mesmo, surge a técnica de manejo agrícola chamada plantio direto, que evidencia uma proteção ao solo nu em épocas de pós-safra. Nesse sentido, o domínio morfoclimático das araucárias, que compreende uma importante área no sul brasileiro, detém um nível de conservação e reestruturação vegetal considerável. Mas não se deve estagnar esse processo positivo, pois necessitamos muito dessas terras férteis que mantém as economias locais.
  Pela razão principalmente de sua vegetação ser quase totalmente desgastado, por causa da extração de celulose, atualmente medidas foram tomadas e hoje a araucária é protegida por lei estadual no Paraná.

6.      Domínio das Pradarias:

  Situado ao extremo sul brasileiro, mais exatamente a sudeste gaúcho, o domínio morfoclimático das pradarias compreende uma extensão de 45.000 a 80.000 km², predominando em seu relevo planícies. Possui clima subtropical e solos que ótima fertilidade. Rios típicos de planície e vegetação de gramais que formam imensos campos muito utilizados para a pecuária.

  Com a utilização do solo sem controle, denota-se um sério problema erosivo que origina as ravinas e posteriormente as voçorocas. Esse processo amplia-se rapidamente e origina o chamado deserto dos pampas. A drenagem existente é perene com rios de grande vazão, como: Rio Uruguai, Rio Ibicuí e o Rio Santa Maria. 
  O domínio morfoclimático das Pradarias detém importantes reservas biológicas, como a do Parque Estadual do Espinilho (Uruguaiana e Barra do Quarai) e a Reserva Biológica de Donato (São Borja). Entretanto, em áreas  fora desses parques há um deserto em expansão devido as queimadas e monoculturas, o que se torna foco de diversos estudos e projetos. Fora esses projetos, o governo local deve ficar atento a soluções para estagnar esse processo.

6 comentários:

  1. queria mais detalhado falando sobrre o clima

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  2. No domínio das padrarias, a região de abrangência é o sudoeste do estado. Não se verifica o processo de desertificação, conforme aqui retratado, mas uma área de arenização, isto é, exposição da rocha sedimentar, que com a ação eólica, erode e provoca manchas de areias que se assemelham a dunas. Para que fosse considerado um deserto a região deveria ter pluviosidade em torno de 250mm anuais, enquanto a região verifica algo em torno de 1.400mm.

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  3. queria com mais imagens

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